As trincheiras contra o fogo: a rotina de quem combate os incêndios na Bolívia que ameaçam santuário do Pantanal

  • 11/09/2024

Brigadistas têm atuado mais de 10 horas por dia contra as chamas. Portaria do Ibama autorizou a entrada de profissionais em território boliviano para combate ao fogo que coloca em risco a Serra do Amolar. Brigadistas do Ibama atuam contra o fogo na Bolívia A mata é densa. A fumaça se tornou parte do cotidiano. A fuligem diminui a visibilidade e forma uma grossa camada sobre os equipamentos. Brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) combatem ao fogo na Bolívia desde o dia 8 deste mês. As chamas no país vizinho têm ameaçado cada vez mais a Serra do Amolar, santuário da biodiversidade no Pantanal. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1MS no WhatsApp Para o combate às chamas na Bolívia, a determinação do Ibama autorizou o envio de 12 brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) e da brigada Alto Pantanal, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP). As fronteiras foram transpassadas com um objetivo: não deixar que o fogo afete a Serra do Amolar, considerada Patrimônio Natural da Humanidade. Brigadistas atuam em combate contra incêndios que afetam a Serra do Amolar. MMA/Reprodução Nas trincheiras contra o fogo O despertador no Pantanal é diferente. Antes mesmo do amanhecer, o canto das aves já faz com que os brigadistas acordem. Antes de saírem rumo ao fogo, os trabalhadores do Ibama preparam materiais, alimentação e analisam a melhor estratégia para o combate diário. O g1 conversou com dois brigadistas que atuam diretamente nos combates aos focos de incêndios que ameaçam a Serra do Amolar. Rafael dos Santos Maia é brigadistas e veio de Goiás para atuar contra as chamas. Luiz Fernando de Araújo é da brigada do IHP e tem experiência direta no território pantaneiro. Ibama autorizou a entrada de 12 brigadistas em território da Bolívia. Viviane Amorim/Secom-MMA Por determinação do Ibama, a partir de articulações do Ministério das Relações Exteriores (MRE), os brigadistas não podem dormir em território da Bolívia. Os combatentes saem da base, na aldeia indígena Guató, às 7h todos os dias. "O trabalho é crítico devido a dificuldade de acesso. O terreno tem água e sem acesso pelo rio, dificulta nossa chegada. Trabalhamos beirando o rio, é difícil entrar no território. São muitos equipamentos. Levantamos cedo, ajeitamos equipamentos e seguimos para linha de frente do fogo com motosserra, motobomba, enxada e a vontade de tentar apagar", compartilha Fernando. O retorno ao território brasileiro também tem hora marcada. Antes das 17h, os brigadistas se juntam no ponto de encontro e retornam à Terra Indígena Guató. A fronteira entre os países na região ameaçada pelo fogo é natural, feita pelas águas do rio Paraguai. Rafael dos Santos Maia e Luiz Fernando de Araújo são brigadistas que atuam na Bolívia. MMA/Reprodução Em razão da seca, bancos de areia no rio têm ameaçado a navegabilidade e comprometido o transporte dos brigadistas até os pontos de combate aos incêndios. A vegetação nativa também é desafiadora para o combatentes, que abrem verdadeiras trincheiras para conseguirem trabalhar. "As principais dificuldades encontradas são o difícil acesso. O rio está baixando muito, não tem como os barcos chegarem muito próximo e na linha do trabalho, que tem muito cipó. Abrimos muitas trincheiras com abafadores, enxadas e sopradores. O dia a dia está funcionando, levantamos as 7h e voltamos às 17h. Não podemos combater lá durante a noite", explicou Rafael. Brigadistas no combate ao fogo, na Bolívia. Viviane Amorim/Secom-MMA Em campo, os brigadistas carregam abafadores, sopradores, pás e enxadas. Os equipamentos, em maioria, são pesados. Na cabeça, os combatentes usam capacete, balaclava, óculos específicos e chapéu. No corpo, as roupas devem ser grossas e respiráveis, por causa da vegetação e calor extremo. ⚠️ No Pantanal, quase 3 milhões de hectares no Pantanal foram destruídos pelas chamas. Nos primeiros 10 dias de setembro, 736 focos de incêndios foram registrados, o dobro de setembro inteiro do ano passado (373 focos), segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). Serra do Amolar ameaçada Brigadistas do Ibama iniciam combate a incêndio na Bolívia que ameaça Serra do Amolar, no Pantanal Os incêndios na Bolívia estão mais intensos desde o começo deste mês. Brigadistas brasileiros estão na Bolívia em combate ao fogo para impedir o avanço para a formação rochosa. Considerado santuário da biodiversidade no Pantanal e Patrimônio Natural da Humanidade, a Serra do Amolar corre risco de ser atingida pelas chamas que se alastram pela Bolívia. Para evitar a destruição, brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão no país vizinho em combate. Segundo o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a linha de fogo que ameaça a Serra do Amolar e os Guatós tem cerca de 60 quilômetros de extensão. A chefe de planejamento de operações do Ibama no Pantanal, Thainan Bornato, explica que a ida dos brigadistas brasileiros à Bolívia é uma ação para proteção do território do Brasil, em específico à área da comunidade indígena Guató". São 12 brigadistas autorizados para irem à Bolívia e voltarem. A autorização é para proteger os indígenas. O fogo era observado, mas não tinham a autorização para entrar. Os brigadistas estão no combate durante o dia, na Bolívia, e voltam ao território Guató. Enviamos com apoio do Exército, Marinha e Aeronáutica", explica a representante do Ibama. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2024/09/11/as-trincheiras-contra-o-fogo-a-rotina-de-quem-combate-os-incendios-na-bolivia-que-ameacam-santuario-do-pantanal.ghtml


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